Dércio Garcia Munhoz *
A discussão sobre os déficits públicos surgiu no Brasil, ainda que timidamente, na segunda metade dos anos 70, quando, pressionados os custos do setor produtivo pelo aumento dos preços do petróleo, e ainda pelas medidas internas de política monetária que se seguiram – com aumento dos compulsórios, elevação das taxas de redesconto e liberação das taxas de juros – a inflação, em alta, muda sucessivamente de patamar, alcançando uma variação anual em torno de 40,0%. Já ao final da década o aumento das taxas de juros internacionais, a redução da periodicidade dos reajustes salariais de doze para seis meses (novembro de 1979) e uma maxidesvalorização cambial de 30,0% (dezembro de 1979), elevam a inflação para níveis próximos de 100,0% ao ano. Condição propícia para se alimentar, dentro da ótica monetarista, versões quanto a excesso de demanda na economia, e de excesso de gastos das estatais, que apareciam assim como responsáveis pelos déficits públicos. Continue lendo »